
Outro inimigo terrível do lar é a má literatura. Nunca o mundo assistiu a um progresso tão grande na produção literária quanto na época atual. Os novos processos de impressão têm melhorado a qualidade técnica dos livros, das revistas e dos jornais, tornando-os mais atraentes aos olhos do leitor. A quantidade de material impresso é extraordinária. Lamentavelmente, porem, o mesmo não se pode dizer do nível moral da literatura oferecida ao público.
Ressalvadas as exceções, grande parte do que se vê nas livrarias e bancas de jornal é a literatura pornográfica, cuja finalidade não é outra senão despertar no leitor o erotismo, a sensualidade, a lascívia, o desejo de prostituição. É o apelo forte às obras da carne. Se o cristão não vigiar, e começar a ler essa literatura, acabará sendo arrastado ao erotismo pecaminoso, incentivador do adultério, da prostituição e das práticas bestiais do sexo: é o sexo sujo, lamacento, imundo, nada condizente com o uso do corpo que é o "templo de Deus".
Outro tipo perigoso da literatura é aquela que, de maneira sutil, exalta o materialismo, os vícios, as idéias que afastam o homem de Deus, bem como o que defende falsas doutrinas religiosas, e políticas. As revistas, bem mais à mão do que os livros, também estão há muito dominadas por temas perigosos, tais como o amor livre, a infidelidade conjugal, a violência e outros exemplos degradantes. Tudo isso são inimigos do lar, que precisam ser evitados e combatidos.
Para tanto, é necessário que os pais estejam atentos ao que os seus filhos estão lendo. Não é preciso agir de modo policialesco, mas de modo amigo e sincero. Antes de mais nada, é preciso agir de modo positivo: os pais devem orientar os filhos para a leitura de bons livros. Eles existem, graças a Deus. Há livros evangélicos bastante inspirativos para jovens e crianças. Há muita literatura apropriada também para o nível de maturidade dos filhos. Os pais precisam dar livros aos filhos, antes que eles recebam livros maus de estranhos.
Outra medida interessante é procurar ler os livros que os filhos lêem, demonstrando, com isso, interesse por eles. De qualquer maneira, deve-se ter uma atitude de quem quer ajudar e não atrapalhar o interesse pela leitura, o que em si é bom e saudável. Havendo diálogo com franqueza entre pais e filhos, a má literatura será rejeitada pela família. Resta-nos dizer que a medida mais eficaz contra a má literatura é o cultivo da literatura bíblica no lar. Os pais devem dar o exemplo, lendo a Bíblia para os filhos, comentando as passagens lidas, no culto doméstico. Não se deve exigir dos filhos aquilo que não se faz.
O estímulo positivo é coisa boa. Se um pai oferecer um prêmio ao filho que ler a Bíblia toda em um ano, terá propiciado grande ajuda a esse filho. Desse modo, a "Espada do Espírito", quando usada no lar, é a melhor defesa contra o inimigo chamado má literatura.
Num lar em que a Palavra de Deus é lida todos os dias, desde cedo, quando os filhos ainda são pequenos; num lar em que a oração se faz ouvir todos os dias; num lar onde louvores a Deus são entoados pelos familiares da casa: num lar onde o amor conjugal é consolidado pelos laços do afeto e do carinho; num lar onde o amor dos pais aos filhos é expresso em gestos de sinceridade, cuidado e afeição; num lar onde o amor dos filhos aos pais é expresso em obediência, respeito e consideração; num lar assim, temos certeza: todos os inimigos do lar serão permanentemente mantidos a distância. Não esqueçamos: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam" (S1127.1).