17/08/2008

O CRISTÃO E A POLÍTICA



Em cada período eleitoral fica mais evidente a tragédia espiritual de parte dos
cristãos. Poucas situações são mais claras para demonstrar como cresce um
cristianismo sem Cristo, em que sua vida e os valores que ensinou parecem
ausentes em um número cada vez maior de pessoas que dizem segui-lo.

Podemos destacar três grupos trágicos:

1. Os que se envolvem de “corpo e a alma” em suas posições e preferências
políticas, passando a ter um comportamento idêntico ao dos homens em trevas

A triste e lamentável situação destes é terrivelmente chocante. Eles se envolvem
completamente em defesa de suas posições, passam a ter comportamentos afrontosos
à Palavra de Deus e perdem completamente toda sensibilidade espiritual.

Os meios para defender suas posições incluem toda espécie de males, tais como:
maldades, contendas, invenção de males, chocarrices, mentiras, palavras torpes,
gritarias, maledicências, detratações, injúrias, falta de respeito para com as
autoridades etc. Não pensam duas vezes antes de lançar mãos das paixões da
carne, às quais a vontade deles está presa, passando a depreciar a quem
consideram seus opositores, usando argumentações próprias dos homens perdidos.
Com suas línguas ferinas atacam autoridades, proferem acusações, envolvem-se em
lamentáveis contendas e gritarias. Este envolvimento tem graus diferentes, mas
nenhum deles deixa de ser perverso e abominável aos olhos de Deus (Rm. 1: 29-32
, Ef. 4: 25-32, 5: 1-7 ; Cl 3:8 , II Ped. 2: 9-10).

2. Os que colocam suas esperanças na força do homem e não em Deus

Evidente que o primeiro grupo também está incluso nesta outra lamentável
situação. Mas há também aqueles que, embora não gritem por aí, estão com suas
confianças depositadas nos homens. Discretamente ou não, imaginam que um
político tem o poder de acrescentar algo de valor divino para sociedade. Seus
corações não estão esperançosos no Reino Eterno de Nosso Senhor Jesus Cristo,
mas no reino do homem. Não vivem como súditos de um Reino que não pertence a
este mundo condenado, por isso pensam que seu candidato tem o poder de melhorar
o reino e o sistema que pertencem a Satanás. Perderam completamente o caráter de
peregrinos e ficaram cegos (I Ped. 1:21 ;II Ped. 3:7).

3. Os que se envolvem como candidatos usando o nome de Deus para atrair votos

Estes mentem aos cristãos, tentando convencë-los de que Deus precisa de figuras
no poder político do sistema mundano. Na verdade estão em busca de seus próprios
interesses e usam o nome de Deus como mercadoria para ganhar votos. A maior
parte está promovendo escândalos lamentáveis e blasfemam o Evangelho com suas
condutas ímpias.

Ao aderir a um partido político, não se importam em dar aval à diretrizes que
incluem posições de afronta à Bíblia e de meios maquiavélicos para conquista do
poder. Eles frequentemente fazem uso distorcido da Bíblia para sugerir que Deus
precisa deles no poder, como meio de “conquistar a sociedade”. Suas posturas são
vizinhas da mentira e de distância da verdade eterna. Agem como cidadões deste
mundo e não como embaixadores da pátria celestial. Se andassem como Jesus (I
João 2:6), não suportariam o ambiente sujo da política e também não seriam
suportados.


Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém
no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o
seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. (Salmo 1:
1-2)


Qual a posição política de um verdadeiro Cristão?

O cristão genuíno, que vive sob controle do Espírito Santo, tem em mente algumas
coisas bem claras:

O único poder que Deus precisa usar é o do Espírito Santo (Atos 1:8).
Infelizmente, o cristianismo verdadeiro é mais comum nos países em que seus
governantes perseguem os cristãos. Na relativa liberdade que temos, floresce um
cristianismo vergonhoso.

O mundo e seus sistemas estão condenados. Quando Jesus estava na terra como
homem, Ele observou todas as injustiças que o Império Romano lançava sobre
Israel. Quando questionado sobre os injustos impostos, Ele simplesmente disse:
“Daí a César o que é César e a Deus o que é de Deus.” (Mat. 22: 17-21). Isto
decepcionou aqueles que esperavam um grande líder político que organizasse um
levante ou que tivesse poder e influência política junto ao imperador. Jesus não
cansava de dizer: “Meu reino não é deste mundo” (João 18:36). Jesus sabia que a
única forma de mudança na sociedade era a reconciliação do homem com Deus, e foi
exatamente este o motivo da cruz.

A esperança do cristão não está em nenhuma forma de poder além de Cristo. Ele
não anda ansioso por coisa alguma, pois entregou o seu presente e futuro aos
cuidados do Pai Eterno. (I Tim. 6: 3-19).

O verdadeiro filho de Deus sabe que todo o mundo com seus sistemas políticos já
estão julgados por Jesus. Assim, ele não busca tomar qualquer parte na cena que
está destinada a destruição (II Ped. 3:7). Ele exerce seu direito (e/ou
obrigação) de voto, mas sua esperança está na Pátria Celestial (João 14: 1-3)

O discípulo de Jesus tem o Espírito Santo que o ensina como viver e andar por
este mundo. Por isso, sabe que estamos vivendo o tempo profetizado pela Palavra
de Deus denominado como ‘princípio das dores’. Esse cristão sabe que nada vai
melhorar daqui por diante e que toda promessa de paz e prosperidade é falsa e
provém da atmosfera de engano que já envolve a terra nestes tempos de prenúncio
do reino do anticristo (I Tess. 5:3). São tempos trabalhosos, angustiosos, de
aumento do mal. Não há homem no mundo que possa alterar este curso. Deus tem
operado já juízos sobre a terra, a fim de que os homens perdidos venham a se
arrepender. O Senhor faz isso na esperança de que o homem entenda que não há
nada de bom aqui nesta terra, nada que se compare a uma eternidade na presença
de Jesus.

Por fim, o filho de Deus intercede por suas autoridades. Agindo assim, ele
demonstra a sua qualidade de cidadão de um reino superior e eterno, um reino em
que o seu Rei é justo, puro, bom, verdadeiro, amoroso. Um reino que em breve
será estabelecido, quando a pedra cortada sem o auxílio das mãos aniquilará os
reinos do mundo, espedaçá-los-á, para que seja estabelecido o Reino do Senhor
(Daniel 2: 33-35 e 43-44).

Infelizmente, esta palavra é inacessível aos ouvidos de muitos dos cristãos.
Amontoaram-se “doutores” para lhes ensinar coisas completamente contrárias. Os
ouvidos desta geração estão tapados, marcando a triste situação dos últimos dias
(II Tim. 4: 1-5). Mas, o Senhor está purificando alguns para o encontro com Ele.


Outrora já estive enlaçado neste mal, fazendo defesa de ideologias dos homens,
acreditando na sua eficácia em melhorar a situação do nosso País. Um dia o
Senhor abriu meus olhos e claramente demonstrou de onde procedia tudo: Do reino
inimigo. Passei a compreender a extensão da esperança do cristão e do seu
caráter de forasteiro neste mundo. Também compreendi que o mundo com seus
sistemas está falido e condenado (João 3:19, 16:11) sendo impossível alguém
alterar seu rumo desastroso. Quando fui liberto deste cativeiro, percebi o
quanto afrontei a Deus e a sua Palavra, mas alegro-me por Deus ter encontrado em
mim espaço para realizar sua obra.


Maranata, ora vem Senhor Jesus!!” (Ap. 22:20)