20/08/2008

Juntos, mas separados.



“Somos casados no papel. Vivemos debaixo do mesmo teto. De vez em quando
cumprimentamos um ao outro com um bom dia ou uma boa noite... De vez em quando
(e olhe lá) também trocamos algumas idéias... Somos marido e mulher, contudo,
não nos comportamos como tal. Já faz algum tempo que estamos assim: juntos,
porém separados”.

Parece absurdo, mas esse paradoxo faz parte da vida de muitos casais. É triste
dizer, mas são inúmeros os casamentos de “fachada”, isto é, aqueles que mostram
uma felicidade aparente para a sociedade, entretanto, entre quatro paredes, o
clima é outro. Nesse aspecto, o “até que a morte nos separe” chega mais cedo do
que o esperado, ou melhor dizendo, não é a morte que os separa, mas qualquer
motivo. O “felizes para sempre” passa ser uma desilusão e “o que Deus uniu não
separe o homem”, uma interrogação.

Talvez você não seja separado judicialmente, mas esteja vivendo essa mesma
contradição, com um casamento onde não existe mais amor, afeto e respeito. Vocês
vivem somente de aparências. Talvez você nem saiba mais o que é dormir ao lado
de seu cônjuge ou receber carinho da pessoa que um dia prometeu amar-te na
“saúde ou na doença, na pobreza ou na riqueza, na alegria ou na dor”. Tudo isso
acontece e seu cônjuge parece não dar a mínima. Nessas horas, pensamentos como
“Ele(a) está me traindo” ou “Eu não sou mais uma atração para meu(inha)
esposo(a)”. E o pior é que você sempre se pergunta: “Onde foi que eu errei? Por
que o meu casamento está assim? O que fazer?”

Com certeza, muitos irão responder que a separação é o melhor remédio para esses
casos. Porém, lembre-se sempre de uma coisa: a separação deve ser o último
recurso para um casal. Enquanto houver possibilidades, haverá esperança. Sabemos
que a batalha é e será desgastante, dolorosa, e que nem sempre todos os casais
(ou um dos cônjuges) querem investir na relação. É lamentável, mas as
estatísticas comprovam o crescimento cada vez mais assustador da separação de
casais. Segundo a revista Veja (Edição nº 1.704, de 13 de junho de 2001), “em
2000 houve 112.000 divórcios no Brasil.” Segundo, ainda a revista, “quando essa
quantia é somada ao número de separações judiciais concedidas anualmente, cerca
de 93.500, obtém-se uma dimensão do total de casamentos encerrados nos
tribunais: 205.800 num ano.”

Os efeitos da separação, na maior parte dos casos, são extremamente traumáticos
para os dois lados, mas principalmente para os filhos. Eles são os que mais
sofrem. Contudo, se engana quem pensa que somente a separação no papel causa
ressentimentos. Para os filhos, presenciar cenas de indiferença entre os pais,
pode ser mais pesado e confuso. Ver os pais agindo dentro da própria casa como
dois estranhos, é algo que marca para o resto da vida.

O que precisa haver é uma compreensão de ambas as partes. Procurar ajuda de
especialistas na área familiar e aconselhamentos pastorais são algumas formas de
se buscar consolo e quem sabe uma solução para o problema. Algo que deve ficar
claro também é que o casal precisa saber o motivo, “colocar os pingos nos is”,
saber o porquê de estarem agindo assim. Procurar a “raiz do problema” e mostrar
interesse já é uma boa forma de trabalhar os conflitos.

Cabe aqui uma palavra. Tudo na vida é uma questão de escolha. O que você quer?
Você escolhe continuar vivendo assim com seu cônjuge, privando-se de momentos
ímpares de felicidade com ele(a), deixando, muitas vezes, até mesmo de viver, o
que resulta em verdadeira perda de tempo; ou então, você escolhe mudar tudo,
começar de novo e usufruir a vida abundante que Deus tem para vocês. Neste caso:
“Você decide”.