Já está comprovado: crianças e adolescentes refletem em suas atitudes as milhares de informações que recebem da televisão, livros, amigos e familiares. Mesmo sendo essa uma característica importante para o desenvolvimento, os psicólogos alertam: nem sempre os pequenos têm capacidade para filtrar essa informações e o excesso de fantasias produzidas pelas influências externas pode levar à uma vida de comportamentos mentirosos ou perigosos, onde se tenta transformar o fictício em realidade. É aquela história de alguém achar que pode voar por causa do super homem ou sair ileso das mais ousadas aventuras como os personagens dos desenhos animados. Um bom exemplo disso foi dado na revista Veja desta semana. Uma reportagem mostrou que muitas crianças vivem um mundo de mentiras ao dar asas para a imaginação - sempre influenciadas por aquilo que viram ou ouviram. Numa pesquisa de dois psicólogos feita em Michigan, nos EUA, algumas crianças foram convidadas a passar algumas horas num laboratório onde nada de grave ocorreu. Passado um mês, seus pais comentaram sobre esse dia mas incluíram na conversa alguns detalhes: duas experiências que não tinham ocorrido e uma criança machucada que não existiu. No mês seguinte, ao relatar na escola, a pedido da professora, o dia no laboratório, 35% dos alunos escreveram sobre os acontecimentos fictícios incluídos pelos pais, como se fossem verdadeiros.
Perigo à vista
Se um simples diálogo pode trazer alterações no comportamento, na era da Comunicação global e em tempo real é preciso ter mais cuidado ainda. A modernidade fundiu-se ao misticismo e à imoralidade. Conceitos contrários aos princípios bíblicos são expostos como "tabus" ou "ultrapassados". E tudo isso é despejado pela mídia diariamente e assimilado por nossos filhos. Na mesma revista Veja uma nota traz o resultado de uma outra pesquisa, desta vez, da Universidade Estadual de Campinas. Nela se constatou que a TV "ensina a namorar". Realizada com adolescentes e jovens entre 13 e 19 anos, a pesquisa mostrou que o seriado Malhação, exibido diariamente pela Rede Globo, vem substituindo os pais e a escola e ditando as regras do comportamento atual - da maneira de se vestir às formas de relacionar-se. Quem já assistiu a pelo menos um dos capítulos da novela adolescente sabe que o que se tem ali são exemplos de namoros com sexo ilícito e uma juventude totalmente longe dos caminhos do Senhor. Com relação à leitura, não é diferente. Há poucas semanas você viu aqui mesmo no eucreio.com uma reportagem sobre as influências do livro Harry Potter, um fenômeno da literatura infanto- juvenil. De forma sutil e agradável, o menino bruxo apresenta a bruxaria aos seus leitores mirins incentivando muitos a "conhecerem mais" sobre feitiços e mágicas, em outras palavras, Satanismo. E esses são só alguns exemplos. Se o perigo está bem diante de nossos olhos, a você pai, cabe a pergunta: você sabe o que seus filhos lêem, vêem e ouvem? Tem lhes ensinado o caminho pelo qual devem andar?
Como agir
Certa vez um pastor disse que a um pai cristão não basta "falar em línguas", no sentido de dom espiritual - é preciso também falar a "língua" do seu filho. E é verdade. Num lar, o diálogo é fundamental para garantir a harmonia e evitar que as influências tragam morte em lugar de vida. Confira algumas dicas para ensinar as crianças a encherem suas mentes e coração com o que é bom:
1. Crianças são suscetíveis aos pais. Não ouça, não assista e não leia aquilo que reprovaria. Seja um bom exemplo;
2. Encontre alternativas para estimular a criatividade da criança e proporcionar-lhe entretenimento. Procure presentear-lhe com livros, filmes e CDs de qualidade mas que apresentem princípios cristãos;
3. Não trate a criança ou o adolescente sem respeito. Leve em conta a individualidade, os gostos, as decisões e a inteligência de cada um. A melhor forma de vetar um determinado programa de televisão, um livro ou uma música não é simplesmente impondo, mas explicando o porquê disso - os perigos de certos conceitos e a vontade de Deus: que ocupemos nossa mente com aquilo que é bom, edificante e que nos traga crescimento;
4. Procure saber quais as preferência da criança e analise-as para aprová-las ou não. Mas lembre-se: seus argumentos não podem ser superficiais. Portanto, assista, leia e informe-se a respeito do assunto;
5. Peça discernimento do Espírito e sabedoria de Deus para conduzir a educação dos pequenos. Não queira ser radical, apenas coerente. Não barre o desenvolvimento e adolescência de cada um deles, mas trilhe-os pela caminho certo. E sempre com muito amor!
"Ensina a criança no caminho em que deve andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele" (Provérbios 22:6).