
A família tem sido atacada vigorosamente pelas perigosas filosofias
pós-modernas. Os fundamentos têm sido destruídos (Salmo 11.3). Estamos vivendo
no meio da era pós-moderna, onde os valores absolutos das Escrituras não estão
sendo observados, mas repudiados.
O que temos hoje não é apenas um comportamento imoral, mas a perda de
critérios morais. Estamos enfrentando não apenas um colapso moral, mas um
colapso de significado. Não há absolutos.
O inevitável resultado do relativismo deste tempo é a falência dos valores
morais, a fraqueza da família e o aumento espantoso da infidelidade conjugal.
Valores relativos acompanham o relativismo da verdade.
Em 1969, bem no meio da "revolução sexual", 68% dos americanos acreditavam que
relação sexual antes do casamento era errado. Em 1987, mesmo a despeito do surto
da AIDS, somente 46% acreditavam que o sexo antes do casamento era errado.
Em 1992, somente 33% rejeitavam o sexo premarital. 7 Infidelidade conjugal tem
sido uma marca da sociedade contemporânea. Segundo algumas estimativas, 50 a 65%
dos maridos e 45 a 55% das esposas têm sido infiéis até os 40 anos.
Outros identificam que 26 a 70% das mulheres casadas e 33 a 75% dos homens casados têm se envolvido em casos extraconjugais.
Divórcio tem sido estimulado como solução. Comentaristas sociais são notórios
em afirmar que metade dos casamentos nos Estados Unidos terminam em divórcio.
Contudo, divórcio não é uma sábia solução para casamentos em crise, mas um
sério agravante, um outro problema que na maioria das vezes, traz profundo
sofrimento e frustração.
As conseqüências e as seqüelas do divórcio são devastadoras a curto, a médio
e a longo prazo. Há muitos casais e filhos arrebentados emocionalmente pelo
divórcio. A presença de casamentos em crise, casamentos quebrados e até mesmo do
divórcio está aumentando não apenas entre os não cristãos, mas também dentro das
comunidades evangélicas.
As pessoas divorciadas estão flutuando dentro das comunidades evangélicas.
Há, também, muitos líderes religiosos enfrentando divórcio. Isso é uma realidade
que não pode ser negada. Contudo, à luz das Escrituras, o divórcio não é a
solução divina para a crise do casamento. Não é sensato fugir do problema em vez
de enfrentá-lo. De fato não existe casamento perfeito. Não há casamento sem
problemas. Todo casamento exige renúncia e adaptação. Nenhum casamento sobrevive
sem perdão e restauração. Muitas pessoas hoje estão discutindo e procurando
divorciar antes de entender o que as Escrituras ensinam sobre casamento.
Casamento não é uma união experimental. A aliança conjugal não termina quando as
crises chegam. Só há duas cláusulas de exceção para o divórcio nas Escrituras: a
infidelidade conjugal (Mateus 19.9) e o abandono (1 Coríntios 7.15). Divórcio
por quaisquer outros motivos e novo casamento constitui-se em adultério (Mateus
5.32).
Como, então, enfrentar crises no casamento sem pensar em desistir?
1)Reconhecendo que o casamento não é uma invenção humana, mas uma instituição
divina.
O casamento não é um expediente humano. O próprio Deus estabeleceu, instituiu e
ordenou desde o início da história humana.
Gênesis 2.18-24 revela que o casamento nasceu no coração de Deus quando não
havia ainda legisladores, nem leis, nem Estado, nem igreja. Casamento é um dom
de Deus para o homem e a mulher.
Deus não apenas criou o casamento, mas também o abençoou (Gênesis 1.28).
Qualquer esforço de atentar contra os princípios estabelecidos para o casamento
conspira contra Deus, que o instituiu. Por isso, Ele odeia o divórcio (Malaquias
2.14).
2)Reconhecendo a natureza do casamento
Quando Jesus foi questionado pelos fariseus sobre o divórcio (Mateus 19.3-4),
Ele não o discutiu antes de falar sobre a natureza do casamento, de acordo com
os princípios estabelecidos na própria criação (Mateus 19.4-8).
De acordo com o padrão absoluto de Deus, estabelecido na criação, o casamento em
primeiro lugar é HETEROSSEXUAL (Gênesis 1.27). União homossexual é abominação para Deus (Levítico 18.22; Romanos 1.24-28).
Em segundo lugar, o casamento é MONOGÂMICO (Gênesis 2.24).
Em terceiro lugar, o casamento é MONOSSOMÁTICO (Gênesis 2.24). João Calvino
disse que a união do casamento é mais sagrada e mais profunda do que a união que
liga os filhos aos pais. Nada senão a morte pode separá-los.
Em quarto lugar, o casamento é INDISSOLÚVEL (1 Coríntios 7.3). Jesus afirmou
que marido e mulher não são mais dois, mas uma só carne e o que Deus uniu o
homem não pode separar (Mateus 19.6). Divórcio, portanto, é uma rebelião contra
Deus e os seus princípios.
Em quinto lugar, o casamento não é compulsório. O celibato é um dom de Deus,
não uma imposição (I Coríntios 7.32-35). Embora a razão do casamento seja para
resolver o problema da solidão, Deus chamou alguns para serem uma exceção à sua
própria norma (Gênesis 2.18,24; Mateus 19.11-12; 1 Coríntios 7.7).18
Reconhecendo que em Deus podemos superar as crises do casamento se azedar o
coração
Jesus disse para os fariseus que o divórcio nunca foi uma ordenança divina, mas
uma permissão, e isso, por causa da dureza dos corações (Mateus 19.7-8). O
divórcio ocorre porque os corações estão endurecidos. Dureza de coração é a
indisposição de obedecer a Palavra de Deus. É a indisposição de perdoar,
restaurar e recomeçar o relacionamento conjugal de acordo com os princípios de
Deus. De acordo com Jesus, o divórcio jamais é compulsório, onde existe espaço
para o perdão. Divórcio é conseqüência do pecado, não uma expressão da vontade
de Deus. Perdão e restauração são melhores que o divórcio. Divórcio não é
compulsório nem em caso de adultério. Restauração é sempre o melhor. Concluindo,
ressaltamos que a igreja precisa dar ênfase à famílias fortes. Casamentos
estáveis resultam em famílias, igrejas e sociedade saudáveis.
A solução para o casamento e para a família não está nos modelos falidos da
sociedade pós-moderna, mas na eterna e infalível Palavra de Deus. O mesmo Deus
que instituiu o casamento tem a solução para os casamentos em crise. Somente
Deus pode curar relações quebradas, trazendo esperança onde os sonhos já
morreram; trazendo vida, onde as sombras da morte já escurecem os horizontes;
trazendo cura e restauração, onde as feridas estão cada vez mais doloridas. O
grande desafio para a igreja e a sociedade contemporânea é retornar para Deus e
obedecer aos seus mandamentos. O mesmo Deus que criou o casamento tem solução
para ele. Deus é o criador, sustentador e restaurador do casamento. Quando ele
reina no casamento, o divórcio não tem espaço.